segunda-feira, 10 de agosto de 2009

POEMAS DO MEU AVÔ


BACALHAO A PATACO


No tempo da prégação
contra a velha monarquia,
o "Bacalhao a Pataco"
servia a argumentaçaão
e toda a gente sorria !
Como alvar, qualquer macaco !


Veio depois a "egualdade"
com as suas duas manas,
a "liberdade" da bomba,
o tiro da "fraternidade" !
Nós todos feitos bananas,
com promessas d'arromba !


Afonso léva á melhor,
António José barafusta,
o Camacho coitadinho,
está cada vez peor !
O bacalhao não se assusta,
aos trez serve o seu caldinho.


Tomádas as posições,
Bacalhao foi esquecido,
por esta trempe aguerrida,
para os trez espartalhões,
o "patáco" prometido
é já coisa aborrecida.


Jura o bom "Fiel Amigo"
vingar-se, e tem razão !
Pois já nenhum o quer ver.
E resolve lá consigo,
fazer uma indigestão,
ao primeiro que o comer.


Engana-se o barbatana,
que á força de ser comido,
pelos trez da reinação,
ficaram-lhe com tal gana !
Que alem de ser esquecido,
vae servir, para espiação.


P'ra Paris vae o Afonso,
"foie-gras" lá o espera.
O Camacho vinagrada,
para o outro caldo ensonso.
O bacalhao do que era,
passa a ser uma massada.


Apéla p'ró "Zé Povinho"
mas perde logo a esperança,
Nem já mesmo a seis mil reis,
consegue ser comidinho,
ter corrente na balança !
Vingança dos "Infiéis!"...

Retorta-26-VIII-1925

- LEOPOLDO PARREIRA -






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SINES, ALENTEJO - SERPA, Portugal
“Eu não sou eu nem sou o outro, Sou qualquer coisa de intermédio: Pilar da ponte de tédio Que vai de mim para o Outro.”