Perguntei ao mar.
Sentado naquela duna,
olhei o mar revolto,
tão revolto quanto a minha alma e perguntei-lhe quem era eu.
Ele ignorou-me e nada disse.
Riu-se...
- sim, riu-se que eu bem vi,
o sacana do mar...
gargalhadas húmidas, estúpidas,
indiferentes ao meu cismar.
Então,
perguntei ao céu,
as mil e uma razões da minha existência
e ele sorriu e disse:
- um dia talvez.
lfpl