quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015


Perguntei ao mar.

Sentado naquela duna, 
olhei o mar revolto,
tão revolto quanto a minha alma e perguntei-lhe quem era eu.
Ele ignorou-me e nada disse.
Riu-se...
- sim, riu-se que eu bem vi,
o sacana do mar...
gargalhadas húmidas, estúpidas,
indiferentes ao meu cismar.
Então,
perguntei ao céu,
as mil e uma razões da minha existência
e ele sorriu e disse:
- um dia talvez.
lfpl

domingo, 8 de fevereiro de 2015





A minha fisga

Bem no fundo da algibeira
Escondida, pois então…
A minha bela companheira
Foi toda feitinha à mão.

A forqueta deu um trabalho
Que vocês nem queiram saber
Não… não serve qualquer galho
Tem que se saber escolher.

Tem que ter a forma certa
Para ter boa pontaria
Nem muito fechada, nem muito aberta
Doutra forma não servia.

Os elásticos eram importantes
Cortados de câmara- de- ar
Ás vezes havia bastantes
Mas tinham que se procurar.

Pediam-se nas oficinas
As câmaras já sem concerto
Não podiam se muito finas
Era aquele calibre certo.

Por fim, dum bocado de sola
Se fazia o carregador
Com as pedras na sacola
Até parecia um caçador.
lfpl






O meu monte


Meu monte...que saudades eu tenho !
Do canto dos pássaros,
do cheiro das estevas,
do sabor dos medronhos,
de escutar as perdizes e o arrulhar das rolas.
Que saudades eu tenho 
Oh ! meu monte...
Já só em sonhos te vejo,
te vislumbro, te imagino e te sinto.
Meu monte, meu monte, não sei mais de ti.
Belos tempos, meu monte.
O tempo passou e não mais te vi.
Um abraço e um beijo te envio daqui.
lfpl

sábado, 7 de fevereiro de 2015

A CARTA


A CARTA

Eu tenho escrita uma carta
Que um dia pensei  mandar-te.
Onde a tenho já nem sei.
Está perdida em qualquer parte.

Reli e tornei a reler
Aquele amoroso escrito
Mas há muito que devia
Renovar-lhe o sobrescrito.

À noite ensino às estrelas
A carta que sei de cór
E as estrelas me dizem baixinho:
Já devias estar melhor.

Espero que haja um dia
De feliz, propício geito,
Que esquecerei na gaveta
A carta que trago no peito.

lfpl
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SINES, ALENTEJO - SERPA, Portugal
“Eu não sou eu nem sou o outro, Sou qualquer coisa de intermédio: Pilar da ponte de tédio Que vai de mim para o Outro.”