
O ARADO I
Onde aves tiveram ninho,
sae primeiro o seu futuro,
para trabalho tão puro;
de já velho e tosco azinho.
Depois a arte transforma
e vae juntar-lhe o metal
que produz o bem ou mal
conforme é a sua norma.
Logo que á terra voltou
como quem lhe pertencia,
seu corpo todo gastou.
Enquanto ele estremecia,
o bom lavrador cantou
e para ele sorria !...
O ARADO II
Para o velho lavrador
é o seu melhor amigo
e vem já de tempo antigo
vivem em paz e labor.
O arádo pede á terra
a riqueza do celeiro;
quem o guia prazenteiro
espera o que ela encerra.
No quando chega o bem
que a ambos é devido,
não despresando ninguem!
O pobre é socorrido,
a felicidade vem,
Deus fica reconhecido !
Estoril 30-X-1925
Leopoldo Parreira