domingo, 7 de fevereiro de 2010

A VIDA É UMA VIAGEM DE COMBÓIO

A vida não passa de uma viagem de combóio, cheia de embarques e desembarques, alguns acidentes, agradáveis surpresas, em muitos embarques, e grandes tristezas em alguns desembarques.

Quando nascemos, entramos nesse magnífico combóio e deparamo-nos com algumas pessoas, que julgamos, estarão sempre nessa viagem conosco, os nossos pais.

Infelizmente isso não é verdade, em alguma estação eles descerão e deixar-nos-ão órfãos do seu carinho, amizade e companhia, insubstituíveis. Isso porém não nos impedirá que durante o percurso, pessoas que se tornarão muito especiais para nós, embarquem. Chegam os nossos irmãos, amigos, filhos e amores inesquecíveis!

Muitas pessoas embarcarão nesse combóio apenas a passeio, outras encontrarão no seu trajecto sòmente tristezas e ainda outras circularão por ele prontos a ajudar quem precise.

Vários dos viajantes quando desembarcam deixam saudades eternas, outros tantos, quando desocupam o seu assento, ninguém nem sequer percebe.

Curioso é notar que alguns passageiros que se tornam tão caros para nós, acomodam-se em vagões diferentes dos nossos, portanto somos obrigados a fazer esse trajecto separados deles, o que não nos impede é claro que possamos ir ao seu encontro. No entanto, infelizmente, jamais nos poderemos sentar ao seu lado, pois já haverá alguém ocupando aquele assento.

Não importa, é assim a viagem, cheia de atropelos, sonhos, fantasias, esperas, despedidas, porém, jamais, retornos. Façamos essa viagem então, da melhor maneira possível, tentando relacionar-nos bem com os outros passageiros, procurando em cada um deles o que tiverem de melhor, lembrando sempre que em algum momento eles poderão fraquejar e precisaremos entender, porque provavelmente também fraquejaremos e com certeza haverá alguém que nos acudirá com seu carinho e sua atenção.

O grande mistério afinal é que nunca saberemos em que paragem desceremos, muito menos os nossos companheiros de viagem, nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado. Eu fico pensando se quando descer desse combóio sentirei saudades. Acredito que sim, separar-me de muitas amizades que fiz será no mínimo doloroso, deixar os meus filhos e os meus netos continuarem a viagem sem mim, será muito triste com certeza... mas agarro-me à esperança que em algum momento, que desejo longínquo, estarei na estação principal e com grande emoção os verei chegar. Estarão provavelmente com uma bagagem que não possuíam quando embarcaram e, o que me deixará mais feliz, será ter a certeza que de alguma forma eu colaborei para que ela tenha crescido tornando-se mais valiosa.

Amigos, façamos com que a nossa estada nesse combóio seja tranqüila, que tenha valido a pena e que quando chegar a hora de desembarcarmos o nosso lugar vazio traga saudades e boas recordações para aqueles que prosseguirem a viagem.
Powered By Blogger

Seguidores

Acerca de mim

A minha foto
SINES, ALENTEJO - SERPA, Portugal
“Eu não sou eu nem sou o outro, Sou qualquer coisa de intermédio: Pilar da ponte de tédio Que vai de mim para o Outro.”